Pesca de Arraias
Entre os grandes peixes que podem ser fisgados na modalidade de praia, há um grupo que muitas vezes desperta reações de temor e até repulsa por parte dos pescadores. Já presenciei, numa série de ocasiões, linhas de pesca sendo sumariamente cortadas ao se perceber que uma “delas” tinha sido fisgada. Estou me referindo às arraias, cujas representantes mais frequentes em nossas praias, ao menos na região Sudeste, são as conhecidas como arraias-manteiga (gênero Gymnura), lixa e prego (ambas do gênero Dasyatis). Por experiência própria, posso dizer que lidar com elas não é nenhum bicho de sete cabeças. O que é necessário, isso sim, é exercitar a “virtude” pela qual todos nós, pescadores, somos conhecidos – a paciência – e ter muita cautela ao manuseá-las. Em muitos torneios em que o peso dos peixes é o principal fator para a contagem de pontos, as arraias são os principais objetivos de muitos competidores, e não é à toa: as menores não costumam pesar menos de dois quilos. Mas basta ter tranquilidade e material adequado para trazer essa guerreira para a areia. Enquanto em grande parte do Sudeste e Sul elas são costumeiramente capturadas e soltas, vale dizer que, no Nordeste, são muito apreciadas na culinária. O que usar? Na pesca de arraias, o maior desafio é cansá-las rapidamente. Fortes, elas têm por hábito prenderem suas grandes barbatanas peitorais na areia e dali não saírem facilmente. Portanto, é fundamental usar material forte o suficiente para tirá-las do fundo e mantê-las na meia-água, onde a resistência oferecida é menor. Um bom conjunto com essas características pode ser montado com os seguintes equipamentos:
Esta é uma dúvida de muitos pescadores: quando a arraia se cansa e chega à areia, como deve ser tirada da água? Quando a ideia é consumi-la, o bicheiro pode ser usado diretamente. Na pesca esportiva, porém, o cuidado para soltá-la é maior. Assim que ela estiver vencida, já na areia, coloque o caniço na espera e segure-a pelos espiráculos, como são conhecidas as duas cavidades presentes logo atrás de seus olhos. Então, utilize um alicate para retirar cuidadosamente o anzol de sua boca. Ao segurar a cauda, em cuja base está o grande e pontudo aguilhão (“ferrão”) que é recoberto por muco tóxico, firme as mãos um palmo abaixo da base, de preferência usando uma luva. Apesar do perigo maior ser pisar em uma arraia dentro da água, fora dela o animal costuma se debater dando chicotadas com a cauda, fique atento. |
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Comments
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Jaelson Januário da Silva outubro 09, 22:32Amigos gostei muito das explicações aqui escritas, pois no último domingo 7/10 fisguei uma destas, tinha bastante força, mas como todo pescador iniciante faltou paciência forcei muito puxando bastante a linha até trincar minha vara de 4,5m de fibra de vidro e como era esperado a linha rompeu e perdi essa maravilhosa arraia. Jaelson de Maceió Alagoas.
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Annibal abril 06, 19:52Semana passada perdi uma arraia tbm,me falaram que era uma manta.Estava pescando de artificial no Costão,a arraia era realmente um monstro,ela pulava muito,devia ter uns 15-20 kg.A linha acabou arrebentando no nó de multifilamento.
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Sandro Honorato abril 25, 21:42Estava pescando na praia a linha deu um arranque e quando chegou no final extremamente rápido ela arrebentou com extrema força e a linha era uma 26 lbs não deu tempo nem de reação. Lendo a matéria e pelo local não tenho dúvida que foi uma arraia.
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Marcus setembro 01, 00:06Boa noite. Me chamo Marcus Vinícius e sou de Itaipuaçu-Maricá-RJ. Essa semana fisguei duas raias manteigas. Foi muito emocionante. Parecia que ia quebrar a minha vara. Consegui trazer as duas. Soltei uma delas e a outra acabei levando para consumo. Depois pesquisando na internet descobri que estão na lista proibida para pesca devido ao risco de extinção. A partir de hoje sotarei todas. Vamos ser conscientes pescadores e nos preocuparmos com nosso playground.
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Vinícius Cardoso setembro 13, 05:56Ontem quebrei o meu record, maior arraia manteiga que eu já peguei. Tinha aproximadamente de 40 a 45kg, brigou muito, levei uns 30/40 min pra conseguir colocar ela na coca. Após a fotografia a mesma foi liberada para seu habitat natural.