Pesca do Parati Barbudo
Popular na praia, ele também é conhecido como parati-gato, mas de manso ele não tem nada.
Há alguns meses, pescando com um amigo, em meio a um bate papo, o caniço deu uma batida daquelas fortes, que deixa qualquer pescador alerta. A saída de linha confirmava um bom peixe no anzol. Ágil, briguento e forte, ele não se entregava e insistia nas puxadas, custando a se cansar. Retirado da água, o parati-barbudo impressionou por seu tamanho, ultrapassando os 38 centímetros e com bom peso, o que não é comum para a espécie.
Em linhas gerais, o parati-barbudo (Polydactylus oligodon) é uma espécie de pequeno porte, medindo em média de 15 a 20 centímetros. Também é conhecido como barbado, barba ou gato. Apresentam duas tonalidades de cores diferentes, cinza-prateado e amarelo-prateado com o focinho alongado, sendo que o cinza é o que vem a se tornar os maiores exemplares da espécie. É encontrado em toda a costa brasileira, posicionando-se com maior freqüência em praias rasas, à meia-água e na superfície, quando é comum avistarmos pescadores artesanais pescando-os com pequenas tarrafas, atrás dos cardumes nas beiras. Nas praias de tombo, eles aparecem mais no período noturno. Curiosamente, notei que o parati mostra-se mais ativo em condições adversas, com tempo nublado e com vento, tornando-se, então, uma excelente opção para essas situações.
Equilíbrio e briga boa
Considerando que o porte desse peixe é pequeno, podemos usar equipamentos leves e médios para essa pescaria. Os mais indicados são caniços de 2,7 a 3,9 metros, leves e de ação lenta, formando conjuntos com molinetes pequenos e médios.
– Linhas: opte pelas mais finas, como a de 0,18 mm. Mas o iniciante pode usar, com segurança, o nylon de 0,25mm. – Anzóis: pequenos e médios, como os modelos Maruseigo 9, Kawahagui 6, Massu 7, Akita 9 e Hansure 5. – Iscas: o parati é um peixe voraz, que ataca qualquer tipo de isca. Pode-se usar minhoca de praia e sardinha, mas o camarão produz os melhores resultados, de preferência fresco e do tipo sete-barbas. – Chicotes e chumbos: costuma-se usar chicotes com dois rotores, tanto de aço como de miçangas. As pernadas têm aproximadamente 40 cm e o chumbo é do tipo pirâmide, de 50 g.
A “barba” dos paratis
A curiosidade fica por conta daqueles fios localizados debaixo da boca, justificando a “barba” ou “bigode” do peixe.
Essas extensões garantem alta sensibilidade tátil e química ao peixe, ajudando-o na busca por comida nos canais de praia.
Alexandre Bouças
Apaixonado pela pesca esportiva .